
Chama-se efémero.
Lembra-me uma história...
Era uma vez uma bela aldeia situada entre montanhas. Lá havia muita paz e muito sossego, mas também havia uma distância em relação ao que se passava além montanhas. Pode-se dizer que naquela aldeia todos eram um pouco pró "tacanhos". Todos os que lá nasciam tinham ideias de lá morrer. Lá gostavam da pasmaceira dos dias em que nada acontecia. De vez em quando lá havia uma festarola com o mais novo sucesso lá da aldeia a cantar o seu mais novo êxito e como não poderia deixar de ser, artista que é artista tem que saber cantar ao desafio. Passava-se as semanas seguintes a falar de como o moço cantava bem, como a filha da Marcolina já era jeitosa, falavam dos comes e bebes, da borracheira que o ti Gusto tinha apanhado. Diziam eles, que a cardina era tal que nem se arrastava...e já tinha 90 anos. Quando não falavam da festa falavam do boi que tinha fugido para ir atrás da vaca, da galinha que teimava em não dar ovos. Enfim. A vida de todos eles limitava-se aquela aldeia. Nunca ninguém tinha saído de lá. Não conheciam o mundo e todas as maravilhas que nele existem.
Tinham uns horizontes assim pró muito pequeninos.
Não acreditavam que fora dali pudesse ser melhor. Como se parados o viessem vez alguma a descobrir.
Mas um dia...
A aldeia acordou aos sobressaltos com os gritos da mãe do moço cantador. Logo a seguir sai a correr a Marcolina, a que tinha a filha jeitosa, da porta de sua casa a chorar e aos berros. Traziam as duas um bilhete nas mãos.
No que o moço tinha deixado dizia:
"Desculpa mãe ter saído sem ter dito nada. Sei que se dissesse não acreditariam em mim, e não me deixariam partir. Sabes querida mãe, eu acredito que além daquelas montanhas há muito para descobrir. Estou triste por te ter deixado mas estou imensamente feliz pois os meus horizontes vão crescer. Eu não vou sozinho mãe. Tu sabes como eu a amo. Partir daqui sem a Filipa seria como deixar-me cá. Não te aflijas mãe. Acredito que tudo vai correr bem. Acredito que a minha vida vai ser melhor. Beijinho muito grande mãe.
AMO-TE"
A carta da filha da Marcolina dizia:
"Sabes mamã como o meu coração bate por ele. Eu amo-o mãe e acredito-me nele. A vida não é só festa e conversa. Para mim este mundo já é muito pequeno. Lembras-te quando deixaste o gato na jaula e te esqueceste dele. Aquilo era tão apertado coitadinho. Só te lembraste dele passado 5 dias. Era vê-lo a esticar-se todo, quando ele de lá saiu. Eu sentia-me como o gato na jaula mamã. Preciso de espaço. Espaço para ser. Acredito que eu e o João vamos conseguir ser felizes neste novo mundo que, enquanto lês a carta, já estamos a descobrir. Sei que te doi mamã, mas sei também que me compreendes. Obrigado por tudo mamã.
AMO-TE MUITO"
Por vezes sentimos necessidade de sermos mais. Há momentos em que temos que quebrar com as correntes que nos prendem. Quebrar com as lógicas que funcionam como as palas pros olhos dos burros. Precisamos de crescer, de largar os nossos horizontes, ver a vida com outros olhos, sempre em comunhão, porque sozinhos a vida não tem sabor. que a nossa ida seja uma constante busca de novos horizontes, que nunca nos limitemos a ver a vida com os mesmos olhos. Mais tarde ou mais cedo eles cansam-se e ganham remela.
"A caminho" era o que dizia atrás de cada carta.
Beijitos e abraços pra todos
tantas vezes nos sentimo tão apertados, a necessitar de alargar o nosso horizonte e percorremos tantos caminhos, mas não escolhemos o certo, verdade? não podemos ter medo, pois temos que ir em frente, ao encontro do verdadeiro caminho e se pelo caminho nos sentirmos perdidos, sem motivação,procuremos ajuda daqueles que querem fazer a verdadeira comunhão connosco... não desistas ao 1º obstáculo,torna-te forte!
abre os teus olhos em todas as direcções, e não te prendas ás coisas que te dizem, sê tu mesmo a dicidir...ACREDITA QUE ÉS CAPAZ DE MUITO MAIS!